novembro 29, 2004

Domingo a noite

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Saí de casa na intenção de assistir um filme nos cinemas, mas a próxima sessão só às 21:30 e ainda eram 19:00.

Calças jeans, blusa, mangas compridas e dois casacos, juntamente com uma chuvinha fina.

Caminhei nas ruas desertas e fantasmas da parte história de Lagos, não se vê nem luz dentro das casas, pois fecham até um cortinado térmico que isola completamente as janelas e portas. Apenas eu, gatos, cães e carros...

As pessoas que passavam de carro me achavam muito estranho, pois era a única alma viva a pé nas ruas da cidade.

Fui na direção da praia da Ana, e quando cheguei a alguns metros antes de ver o mar, já consegui ouvir a força das ondas estourando nas falésias... sendo que essa praia é como uma piscina, nunca a tinha visto daquela maneira.

Minha intenção era entrar e seguir as trilhas que tinham no meio do mato, me perder não seria um problema, pois as já conheço, mas acontece que era noite sem lua e com chuva... éh.. faltou coragem!

Vamos então para outra praia, a do Pinhão... fui caminhando e quando entrei na estreita e escura rua vejo um pequeno gato branco sobre o muro, que me seguiu com seu olhar até o final da rua... que terminava em um breu completo, não cheguei até a praia e resolvi voltar e ao passar pelo gato o comprimentei e ele miou de volta!

Próxima praia foi a da Batata, mas não desci até a areia, fiquei de cima vendo as ondas entrarem de longe...

...que vontade de surfar... :(

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novembro 28, 2004

A Carta

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A tempos uso o silêncio como solução, mas dessa vez
ele acabou por me mostrar ser cruel.

Ele nos faz armazenar muitos pensamentos, respostas
que poderiam serem ditas, mas que acabaram por ficarem
guardadas, assim o tempo vai passando até que um dia
explode.

Põe tudo para fora sem pensar em consequências, quer se
livrar daquilo que te faz pesar a consciência... e
acaba por machucar a pessoa que, mesmo merecendo escutar
algumas coisas, não lhe quer mal.

Sinto ao mesmo tempo arrependimento e liberdade...
me sinto mais leve, pelo menos coloquei todas as palavras
na mesa.

As últimas horas têm sido positivas no entrosamento,
apesar do confronto ter sido ALTAMENTE conturbado...

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novembro 17, 2004

Olha só que legal...

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...eu mando hibernar e ele desliga, boa idéia,
assim eu posso parar um trabalho e poupar energia!

Bom computador ;)

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novembro 12, 2004

"!#/%

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FILHA DA PUTA!! Eu mando vc hibernar
e você desliga?

Seu desgramado filha da mãe,
meu trabalho todo pela manhã agora
foi pro SACO!

Tá difícil assim seu !"#$#!"#"

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novembro 01, 2004

Ao som

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Voltava para casa como normalmente fazia toda
noite. O som de seus passos faziam eco no
asfalto úmido.

Andava ao som de sua banda preferida, ouvindo
os solos do guitarrista conversar a respeito
da vida.

Ruas completamente vazias o abraçavam com um
silêncio absoluto, onde suas pegadas molhadas
reinavam.

Seu corpo caminhava automáticamente, mas sua
mente já havia partido com os milhares de
acordes da música que entravam pelos ouvidos.

Ao se dar conta percebeu o compasso de seus
passos juntamente com o da música, tudo que
vinha da bateria estava em suas pernas.

Os solos complementavam os movimentos do corpo,
dessa vez em completa harmonia com a mente,
cada criação do artista guitarrista o estigava.

Repentinamente seus passos se duplicaram
ao lado do compasso músical, aumentando
o tempo aritiméticamente.

Se deu conta pelo consciente que não estaria
mais sozinho no ambiente, pois já sentia o
ar mais quente por trás das costas.

Diminui o volume e virou-se... nada além de
um negro gato sobre o muro que lhe olhava
penetrantemente as pupilas.

Virou-se e viu a névoa cobrir todo o ambiente,
nada se via a mais de dois passos a frente.
Entãos passos para que te quero.

Ao correr, sem saber onde estava ou iria, ouvia
seus eco passos molhados sobre o asfalto, sem
pensar ou ver, somente ouvir e correr.

Seus passos rápidos e solitários começaram a
duplicar novamente, duplicar, duplicar na sua
mente.

Quando decidiu parar sentiu o asfalto cobrir
seus pé e ao olhar para eles viu a areia branca,
e para frente o mar.

Chegou ao mar sem perceber, no mar a névoa não
ousava pousar e dele viu algo surgir emergindo
na água.

O formato que se aproximava parecia ter chapéu,
acessórios e uma arma. Sem poder mover seus passos
esperou o próximo.

"Documentos por favor!" O oficial de polícia lhe
perguntou. "Brasileiro imigrante, venha comigo,
tenho o seu destino!"

"CORRA" a voz sem persona falou!

Passos novamente, rapidamente, velozmente, seu
total empenho era ganhar velocidade, mas areia
lhe agarrava os pés.

Ao desejar melhor piso uma densa floresta lhe surgiu
a frente. Como pode ser possível isso acontecer?
Eu deveria estar em casa!

Virou-se e encontrou sua cama feita e a próxima
música tocando no som. Então decidiu dormir por
estar consciente do próximo dia.

Deitou-se e levantou-se, esfregou os olhos, olhou
as horas e exclamou:

"Ahhhh.... maldita segunda-feira!"

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