junho 16, 2004

O fluxo das energias interfere em nossas decisões

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Quando se deu conta estava no topo de um prédio de mais ou menos quinze
andares. Ao observar seu ambiente notou a beleza das cores, o verde
estava vivo e sempre dançando ao ritimo da natureza, o marrom das folhas
secas descansava em paz após anos de experiência, e o céu azul absoluto
era a testemunha das decisões abaixo de sua benção.

Por mais tensa que pareça a situação, estar a metros de distância do
chão não o fazia tremer, não o fazia temer, somente o instigava o querer.

A decisão era simples e as opções mais ainda... um passo para frente ou
para trás... a conseqüência seria terminante.

...um passo a frente foi sua decisão... ao perceber que seu corpo
inclinava para frente em uma progressão geométrica fechou os olhos...

...em questão de poucos milésimos de segundos percebeu que ao chegar a
mais ou menos cento e vinte graus de inclinação do corpo, em relação ao
seu ponto inicial, esse começou sentir o vento por entre seus braços, seu
rosto e decidiu abrir os olhos e encarar de frente a conseqüência de sua
decisão... e viu que estava planando diante da natureza perfeita, que
radiava alegria e fazia voar como um leve pássaro numa tarde de sol...

A bênção que lhe foi concedida dava-lhe o poder de planar. O menor pulo
era suficiente para lhe fazer voar por uns cinco metros... sentia a vida
muito mais leve.

Depois de vários meses voando por paisagens divinas e sentindo a energia
da natureza em seu coração, percebeu a solidão... depois daquela decisão
nunca mais tinha se deparado com um conhecido, com a família, com o amor
da mesma natureza... foi quando começou a voar em busca da vida humana...

... deu conta que sua decisão tinha o tornado mais leve e que a alegria
da bênção não tinha dado o mesmo poder a todos e somente a ele, e que
estava somente ele e a natureza nessa jornada, sem mais ninguém...

Ao passar do tempo já não tinha mais recordações dos momentos
antecedentes, já não lembrava mais da sua forma humana, não tinha
sentimentos humanos, não sabia mais o que eram palavras, não sabia mais
o que era a amizade e decidiu então começar tudo novamente, fechou os
olhos e foi tomado pela escuridão...

Quando se deu conta uma luz forte e ofuscante lhe trazia desconforto e
para por fim naquela situação alguém lhe bate na bunda estigando-o um
grito de desconforto até o momento em que se encontra ao lado de uma
forte fonte de amor... razão para o início e o fim.

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